Vi co m meu pai e meu irmão o emocionante e nostálgico Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível (Christopher Robin, Estados Unidos, 2018) de Marc Forster apresenta em tom de fábula, a turma do Ursinho Pooh em live action, numa simpática aventura além do Bosque dos Cem Acres, com preciosos ensinamentos sobre o que verdadeiramente vale à pena nesta vida.
Christopher Robin (Ewan McGregor) já não é mais aquele jovem garoto que adorava embarcar em aventuras ao lado de Ursinho Pooh e dos adoráveis animais no Bosque dos 100 Acres: Tigrão, Leitão, Ió, Kanga, Guru, Abel e Corujão. Agora crescido, depois de ter constituído família e ido até pra guerra, ele se tornou um homem de negócios numa empresa londrina nos anos 40. Sua ganância materialista em cortar gastos o afastou da esposa Evelyn (Hayley Atwell) e de sua filha Madeline (Bronte Carmichael), que está prestes a ser mandada para estudar em um internato, como seus pais fizeram quando ele tinha a mesma idade.
O roteiro de Alex Ross Perry é um tanto quanto melancólico e comovente. A trama se inicia usando do formato literário como pano de fundo para o que está sendo contado. O roteiro conduz a plateia a acreditar que Pooh e seus amigos são totalmente reais e precisam da ajuda do velho amigo Christopher Robin, que está sendo derrotado pelo trabalho árduo, não tempo para estar sequer com a família. Alguns diálogos parecem bobos, mas estão repletos de vida, como na cena em que Robin e Pooh estão num vagão de trem, e brincam do que você está vendo, ou quando Pooh questiona Robin acerca do valor de uma pasta e de um balão.
A filha de Christopher Robin encontra alguns desenhos e pertences de sua infância, que certamente o remetem a viagem de volta ao Bosque dos Cem Acres, para uma nova aventura de reencontro com a criança interior para enfim se tornar um adulto melhor. O filme dialoga tanto com adultos quanto crianças. Estou numa fase de vida, em que cobro bastante os estudos do meu filho, mas o filme serve de alerta para lembrar que as crianças precisam ter um espaço para brincar com liberdade.
Essa lembrança do passado nos mostra como é importante termos memória dos melhores momentos de nossa vida, que certamente são vividos na infância. O filme transita entre realidade e fantasia o tempo todo, sendo plenamente crível. A escolha de Foster para a direção foi acertada, especialmente pela marca do diretor em filmes como Em Busca da Terra do Nunca (Finding Neverland, 2004), Mais Estranho Que a Ficção (Stranger than Fiction, 2006) e O Caçador de Pipas (The Kite Runner, 2007)
Nesse filme, o design do Ursinho Pooh e seus amigos são uma combinação de suas versões animadas da Disney - quando eles eram animais falantes - e das histórias infantis criadas pelo escritor inglês Alan Alexander Milne, baseado nos brinquedos do filho. Aliás, após ver o filme, dá uma vontade enorme de aquirir as pelúcias dos personagens...
Vale destacar os transtornos mentais que a história aborda indiretamente. Pohh por exemplo sofre de transtorno alimentar, está sempre faminto à procura de mel. Já Tigrão tem claros sinais de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Percebemos que Leitão sofre de Ansiedade, Ió de Depressão e o coelho Abel de transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). O Corujão padece de transtorno de Personalidade Narcisista e Christopher Robin de Esquizofrenia. Todos temas relevantes, e doenças sérias e graves que carecem de atenção e cuidados médicos. Recomendado para todos os públicos.
Veja o trailer de Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível :
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