Canastra Suja

Papai me levou para ver o drama nacional Canastra Suja (Canastra Suja, Brasil, 2018) de Caio Sóh aborda temas relevantes como alcoolismo, traição, uso de anabolizantes, violência familiar, abuso de incapaz, virgindade, prostituição em um roteiro que beira a perfeição, mostrando que toda família tem seus segredos obscuros, mas só em algumas a verdade é revelada.

O filme apresenta a família de Batista (Marco Ricca) e Maria (Adriana Esteves) que formam um casal que, aparentemente, é muito feliz em seu casamento. No entanto, a verdade é que as aparências enganam e muito; no fundo, Batista, é um alcóolatra inveterado que pelo seu estilo opressivo quando está bêbado, é obrigado pela família a ir aos alcoólicos anônimos e Maria, tem um caso com o namorado de sua filha mais velha, Emília (Bianca Bin). A família é composta também por Pedro (Pedro Nercessian) que terminou os estudos e está na fase de começar a trabalhar e Rita (Cacá Ottoni) que tem problemas mentais. Eles representam uma família de classe média baixa que está à beira das ruínas.

A trilha sonora da Maria Gadu é boa, o uso de câmeras surpreende, mas o grande destaque do filme está nas atuações dos atores principais, bem como dos coadjuvantes do pedigree de Emilio Orciollo Netto e Milhem Cortaz. O roteiro mantém um clima de suspense o tempo todo e o filme é dividido em capítulos de acordo com as "cartas" que vão sendo apresentadas. Assim como cartas em um jogo de baralho, o enredo de cada personagem interfere na vida do outro, enquanto as cartas vão sendo puxadas e desembaralhadas.


A ambientação do filme é muito bem realizada, causando identificação com o clima suburbano no qual o filme está inserido. Questões sociais e econômicas também são reveladas e tratadas de forma superficial, mas não sem a devida importância na história. Altamente recomendado, embora sua carreira no cinema tenha sido tão abreviada pela ausência de público que só comparece nas comédias globais.

Veja trailer de Canastra Suja: